Aparece uma crise de meia tigela, no País, eis que se fala logo de parlamentarismo.
A Crise Goulart foi “superada” com a implantação do parlamentarismo, logo displantados pelo próprio Goulart, lançando um plebiscito no qual, inteligentemente, atribuía ao sistema parlamentar as mazelas que eram, na realidade, fruto da sua incompetência.
Com a crise de 2016, durante o longo e insano processo para o “impecheament” da Presidente Rousseff, volta-se a falar de parlamentarismo.
Recomendo deixar de usar o sistema parlamentar como “remédio” transitório em momento de crises políticas.
Não tentem implantá-lo, até que a maioria dos eleitores estejam fortemente convencidos da sua bondade e dos benefícios do sistema para a vida política do País.
Portanto, somente em prol da futura adesão a este sistema, pelos eleitores nacionais, apresento algumas das suas vantagens.
1º Na república sul americana, o Presidente substituía o Governador colonial e pouco mais. Permaneceu a mesma estrutura econômica e social. O “ouro” não iria mais para a Espanha, mas ficava nos bolsos das diversas oligarquias locais.
2º Na América do Norte, existiam 13 repúblicas independentes que acharam por bem reunir-se para auferir montagem com a União. A adesão a União foi negociada e os Estados, depois unidos, permaneceram com diversas prerrogativas.
No Brasil, por exemplo no Império, foram criadas, de cima para baixo, províncias, totalmente dependentes do Poder Central, a Corte do Imperador.
Com a República, e consequente presidencialismo, somente se trocou o Imperador pelo Presidente. O poder trocou de mão, mas a estrutura social e econômica permaneceu (e piorou).
Esta diferença das gênesis se repercute negativamente até hoje em dia.
3º Nas repúblicas do norte, depois unidas, prevalecia o interesse público, representado pelo interesse de cada cidadão. Evidentemente, existiam e si formaram oligarquias, mas, o interesse comum, o interesse de cada cidadão quase sempre prevalecia e, em prevalecendo se criou o espírito republicano da nação recém surgida.
Na república sul americana, a quase única alteração social foi a de denominação de “súdito” para “cidadãos”. Estes “cidadãos” porém continuavam escravos das oligarquias locais que suplantaram as coloniais.
4º Desde os primórdios dos estados não ainda unidos do norte, a ênfase sobre a educação foi grande, se criaram escolas que mais tarde tornariam-se grandes universidades. Este fenômeno não atingiu capilarmente as repúblicas do sul que, a princípio, não seria do interesse das metrópoles, espanhola e portuguesa, a muita “sapiência” por parte dos colonos. E esta sapiência não foi buscada com o necessário entusiasmo e vigor nas repúblicas nascidas logo após a descolonização.
O divórcio entre as duas regiões em análise, em termo de: tempismo, vigor e interesse real dos governantes é gigantesco.
Estas são algumas das dezenas de diferenças do porque o Presidencialismo funciona nos EUA e não funciona na América do Sul.