1 Gilmar Mendes, o honorável Ministro do STF (o da 2ª turma, aquela que como um purgante, solta), fez um arrazoado até razoável, clamando contra o “abuso da autoridade” de Juízes de 1ª e 2ª instâncias que condenaram uns e outros.
O que queria? Se os Juízes, frente as provas produzidas pelo MP e PF, os condenava, o que teria isso de ilícito? Ilícito, ou pior seria, se o “condenassem” sem provas. Condenar em função de prova, me perdoe o excelentíssimo causídico, que responde pelo nome de Gilmar Mendes, não é abuso de autoridade.
Aliás, no seu razoável arrazoado, ele deu a chave do tesouro, chave que ele criou e não usou.
Gilmar Mendes, na sua diatribe contra o “abuso do poder” (dos Juízes…!), relacionados com a assim chamada, operação Lava-Jato, chegou a dizer, corretissimamente, que a um certo ponto essa operação foi “canonizada” e, continuando…, tornando-a alheia ao espírito republicano, etc, etc e etc.
Sem querer querendo, como diz às vezes o Chaves, o excelentíssimo Ministro do Supremo querendo denegrir, exaltou.
Ninguém, que eu saiba, dos apoiadores da Lava-Jato, teve a ideia de canonizar esta ação de parte do sistema judiciário (da qual evidentemente o Gilmar não faz parte).
Faltou, ao próprio Gilmar Mendes do STF, analisar o porquê e qual a causa desta canonização.
Ele não se debruçou sobre a matéria, ele usou o termo, em chave depreciativa e só.
Repare, porém, meu falante e saltitante Ministro do Supremo, repare e me diga o porquê dessa admiração e apoio da maior parte do povo brasileiro à Lava-Jato.
Pelo jeito ele não o sabe, mas, em seu socorro, vem Zé Ninguém a esclarecê-lo.
Todo dia, todo santo dia, da semana, do mês, do ano, a Polícia Federal e o Ministério Público descobrem falcatruas.
Não são mais as ingentes falcatruas do PT e associados, não são mais as lamentáveis falcatruas do PMDB e PP, são falcatruas ignominiosas que incluem a quase totalidade da classe política, independentemente de partidos e correntes.
É a podridão que sempre existia no país, mas que com o PT, tornou-se generalizada onipresente e endêmica.
Joesley Batista afirmou que teve (tem?) na sua folha de pagamento 1.600 políticos.
Não acreditei na época.
Agora que a PR e o MP descobrem todo santo dia falcatrua, em todas as áreas, em todas as regiões do país, em todos os partidos, falcatruas milionárias, atingindo até merendas escolares e fornecimento de remédios, começo a dar crédito ao Joesley.
Sim, Gilmar Mendes, foi Vossa Excelência que disse que a Lava-Jato foi “canonizada” pelo povo brasileiro, pasmo perante tamanha podridão que PF e MP estão diariamente mostrando.
… e me vem você, com firulas jurídicas, cego perante tão monstruosa avalanche de lama que submergiu o país.
2 Diz a imprensa, que Vossa Excelência participou de uma obra, que comenta a atual Constituição.
Gostaria que comentasse à disposição da Constituição de 88 que incialmente clama pelo “voto igual para todos”, pilar essencial da democracia representativa, e que, após 31 artigos, dispõe que o voto não é igual para todos, e depois, a Constituição cara de pau, determina como e quem vale mais, e quem vale menos, e ninguém, afora Zé Ninguém, se insurge contra esse absurdo.
Comenta-se também, já que faz comentários à Constituição, como fica as tais “janelas para troca de partidos”. Como justifica o escárnio ao eleitor? O que diz o Exmo. Sr. Ministro, Gilmar Mendes: a Constituição permite ou não?
Se não, deve suprimir imediatamente e retroativamente a tal “janela”.
Se sim, bem, ninguém quer rasgar a Constituição, ela está se rasgando sozinha.
Em tempo, existe a possibilidade, evidenciada nas cartas do Hamilton, um dos pais da pátria dos EUA, no qual se discutia se o eleito devia obedecer ao mandato do seu eleitor, ou se devia votar segundo à sua consciência. Belíssima colocação.
No caso do Brasil é claro que essas consciências ambulantes têm preço… tem um preço definido pela oferta e demanda.
Gostaria que o Ministro, Gilmar Mendes, comentarista da Constituição de 88 que já teve muitas emendas, e que outras inúmeras aguardam análise do Congresso, se manifestasse a respeito.
Neste aspecto, o Zé Ninguém já se pronunciou.
Precisamos de uma nova e melhor Constituição.